
No ínicio do século XVII, a região conhecida como Barra da Cotinguiba famosa pelas ricas terras de solo massapê, começou a ser reinvindicada por proprietários de terras para o cultivo em especial da cana de açúcar. Naquele momento, esta região pareceu ideal para fornecer um modelo de propriedade açucareira, pois, não necessitava de constante renovação do solo, ou ainda de técnicas que sacrificassem sua ocupação por longos períodos devido as terras serem descansadas e constituidas.
Maria da Gloria Almeida no livro O Engenho Pedras descreve o dito engenho como uma importante unidade desse processo evolutivo que foi a cultura canavieira em Sergipe. Pois, segundo a autora, o engenho Pedras surgiu como resposta aos incentivos externos e internos que, em fins dos séculos XVIII e XIX e início do XX, atuaram sobre a produção açucareira no Brasil e garantiram a formação de um novo ciclo do açúcar em nosso país. Este engenho definido como banguê pelo historiador Antônio Lindvaldo Souza, era uma fabrica de média capacidade por produzir pouco mais de três mil arrobas e ter a dimensão aproximadamente de 280 hectares. Sua estrutura agrária era ocupada pelas lavouras de cana de açucar, áreas destinadas a pastagens de gado para trabalhos na produção do açúcar, matas que forneciam lenhas para a fábrica e vivendas, casa grande, senzala(pequenas moradias ligadas umas as outras) e a capela. O Engenho Pedras estava localizado entre engenhos menores pertencentes a um só ancestral comum que teria fracionado para os filhos numa tentativa de garantir-lhes razoavel subsistência, além de aumentar a manutenção do nível de produtividade da fazenda.Seus primeiros proprietários foram Manuel Rolemberg d'Azevedo e Maria de Faro Rolemberg (1823) e sua última proprietária, quando este já havia tornado Usina(hoje Usina Pinheiros) foi Dona Baby Leite.
Do fim do século XVIII ao início do século XX, o engenho Pedras passou por ciclos de apogeu e etapas que limitaram seu esforço para atingir uma plena realização econômica.Sob aspectos muito reais de continuidade, a história dessa unidade açucareira atravessou, então, diferentes fases que se identificaram com as profundas mudanças que atingiram a cultura de cana de açúcar em Sergipe.
Referências Bibliograficas:
Anos de prosperidade e mudanças: a sociedade do açúcar e a necessidade de uma nova capital. In: SOUZA, Antônio Lindvaldo.Temas de História de Sergipe II.São Cristóvão: Universidade Federal de Sergipe/CESAD, 2010.
ALMEIDA, Maria da Gloria Santana de. O Engenho Pedras: uma unidade em Sergipe. VIII Simpósio da ANPHU. Aracaju, 1975